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Poucos artistas conseguem entrar para a história por seu talento e brilhantismo. No hall da fama da música mundial, nomes se destacam por serem as maiores estrelas da indústria fonográfica global. Figuras como Michael Jackson e Prince marcaram por sua presença de palco, Madonna pela capacidade de se reinventar e Taylor Swift, por seu enorme talento lírico.

Mas uma cantora se destaca por sua voz, ternura e, principalmente, por exprimir melancolia através de seu talento vocal: ninguém menos que Amália Rodrigues, fadista portuguesa e eternamente conhecida como Rainha do Fado. A lenda lusitana, que faleceu aos 79 anos, deixou para trás um legado que é até hoje lembrado e celebrado pelos amantes de música e, sobretudo, pelo povo português.
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Amália Rodrigues: nascimento e começo da carreira
Amália nasceu em Lisboa, capital portuguesa. Nascida em 23 de julho, preferiu por adotar o primeiro dia desse mês como seu aniversário. Filha de operários, Amália foi criada pelos avós, tendo vivido no bairro de Alcântara, um bairro industrial às margens do Rio Tejo. Ali, Amália viveria até os 19 anos.
Antes de se tornar fadista, Amália foi muitas coisas: aprendiz de costureira, bordadeira e até chegou a trabalhar em uma fábrica de doces. Mas seu verdadeiro dom estava no fado e, em 1935, foi escolhida para interpretar “Fado Alcânatara”, nas festividades dos Santos Populares. A partir daí, sua carreira começou a florescer.
Ainda anônima e desconhecida para uma grande parte do público, Amália se apresentava sob o nome de Amália Rebordão, adotando o sobrenome da mãe como figura pública. Mudou para Amália Rodrigues por sugestão de Filipe Pinto, dono da Solar da Alegria, uma casa de shows onde a fadista costumava cantar e que a ajudou a dar o pontapé inicial em sua carreira.

A popularização de Amália e o reinado da fadista
Nos anos 40, Amália começava a se consolidar como uma força cultural. Naquela década, estrelava em dois filmes: o primeiro, Capas Negras, de 1947, e Fado, que seria lançado no ano seguinte. Sucessos de bilheteria, as coisas se encaminhavam para que a lisboeta se tornasse cada vez mais popular.
A primeira grande performance fora de casa que Amália fez foi em Madrid, na Espanha, se aprensentando na festa do diplomata e embaixador português Pedro Teotónio Pereira. Ainda nos anos 40, Amália se apresentou no Brasil, onde começou a gravar seus primeiros discos. Nos anos 50, ela já cantava em Berlim, México e França. Inclusive, foi a primeira portuguesa a aparecer na televisão norte-americana, no canal ABC.
Amália Rodrigues foi uma figura essencial para a internacionalização do fado, sendo um de seus expoentes mais fortes. Até os dias de hoje, a fadista continua a ser a artista portuguesa que mais vendeu discos, entre EPs, LPs e singles. Estima-se que a voz de Estranha Forma de Vida tenha vendido cerca de 30 milhões.

A alma portuguesa e relação com Salazar
Apesar de se manter distante da política, é de conhecimento geral que Amália Rodrigues era católica e conservadora, já que essa fora sua criação. Contudo, vinda de família humilde e trabalhadora, Amália simpatizava com a luta dos oprimidos e mais vulneráveis. Para o biógrafo português Miguel Carvalho, que escreveu a biografia “Amália - Ditadura e Revolução”, a cantora estimava a defesa da dignidade humana.
Ainda sim, a relação entre Amália e o ditador Salazar é um tópico bastante espinhoso para os portugueses. Sabe-se que Rodrigues confessou sua admiração pelo ex-Primeiro Ministro português para outras pessoas em sua vida íntima, e que também financiou movimentos comunistas durante os anos que se seguiram com a Revolução dos Cravos.
Mesmo que tenha sido uma figura controversa, é inegável que Amália continua a ser uma das expressões máximas do fado português. A cantora se negava a reconhecer que exprimia a essência portuguesa, “Nunca tive a pretensão de exprimir a alma nacional. Exprimo a minha. A alma nacional é uma carga muito pesada para mim”. Ainda sim, é inegável que sua voz ressoava e ainda ressoa pelos corações e mentes de milhões.

Cidadania portuguesa é na Pátria Cidadania
Portugal é uma terra rica em história, arquitetura, gastronomia e arte. Com seus poetas, escritores, músicos, como Amália, e monumentos fascinantes, não é de se estranhar que seja o destino cultural favorito de milhares de turistas todos os anos.
Mas não é apenas a cultura lusitana que torna Portugal uma terra rica e um país desejado, mas também a qualidade de vida da qual os portugueses desfrutam: serviços públicos eficientes, ensino de qualidade e mais oportunidade de trabalho digno.
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