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O cinema é um dos pilares da cultura de um povo. Nas telonas, as mais diferentes histórias são contadas, causando identificação e o despertar de diferentes emoções, entretendo e ascendendo o debate em torno de diversos temas, sobretudo problemas sociais e históricos que a sociedade enfrenta.
Na Itália, não é diferente. Muitos diretores italianos se consagraram por levar sua arte e cultura ao mundo. O cinema italiano continua sendo uma das bases do mercado cinematográfico europeu, que revolucionou a sétima arte e mudou para sempre a forma de se produzir filmes.
A seguir, listamos os principais ícones do cinema italiano, lembrados até hoje por seu trabalho, esforço, dedicação e devoção à sétima arte e ao público em que neles confiava.
Federico Fellini
Contemplado como um dos diretores mais astutos que a Itália já teve, Federico Fellini (1920-1933) foi um dos grandes mestres do cinema italiano, conhecido por trabalhos que instigavam na audiência o pensamento crítico, além de comentários pontuais acerca dos dilemas da vida e da arte.
Um dos seus trabalhos mais conhecidos é La Dolce Vita (1960), estrelado por Marcello Mastroianni e Anita Ekberg. Vencedor do Palma de Ouro, o longa conta a história de um fotógrafo que vive entre as badaladas celebridades da Via Veneto, uma agitada avenida em Roma.
A filmografia de Fellini é marcada por uma figura emblemática com quem o diretor colaborou frequentemente: Giulietta Masina. Uma das atrizes mais expressivas do cinema italiano, também foi sua esposa em vida. Masina estrelou Noites de Cabíria, 8½ e Julieta dos Espíritos, todos dirigidos por seu marido.
Fellini influenciou diversos cineastas, entre eles as lendas Martin Scorsese, David Lynch e Tim Burton.

Sergio Leone
Apontado pela revista americana Entertainment Weekly como um dos 50 maiores diretores do cinema mundial, Sergio Leone se consagrou como um diretor que renovou o gênero faroeste, sobretudo com o “spaghetti western”, alcunha para filmes de caubói que surgiram na Itália e foram filmados na Europa.
Apesar disso, os longas de Sergio Leone contavam com um grande elenco de estrelas estadunidenses, como Clint Eastwood, que estrelou Três Homens em Conflito (1966), a magnum opus da filmografia do cineasta italiano.
Leone era um perfeito exemplo de italiano trabalhador, sempre dando tudo de si em suas produções. Não a toa, o cineasta chegou a dirigir quase 150 filmes de faroeste espaguete, um verdadeiro marco não apenas do gênero ou de sua carreira, mas para qualquer realizador.

Michelangelo Antonioni
Michelangelo Antonioni é considerado o mestre do ócio. Isso porque seus filmes costumam retratar a morosidade da burguesia em meio ao caos, seja em suas vidas pessoais ou na sociedade moderna. Um grande exemplo é a dita Trilogia da Decadência, composta pelos filmes A Aventura (L’Avventura, 1960), A Noite (La Notte, 1961) e O Eclipse (L’Eclisse, 1962).
O ennui e a alienação são temas recorrentes na obra de Antonioni, sobretudo da elite. Em suas obras, Antonioni retrata personagens privilegiados, que frequentam círculos sociais de pessoas igualmente abastadas, lidando com dilemas e problemas que são resolvidos ou deixados de lado, seja por morosidade ou perda de interesse.
Um dos longas mais cultuados do realizador italiano é o filme Blow Up (1966), seu primeiro filme em língua inglesa. A trama gira ao redor de um fotógrafo construindo seu novo livro, até que, durante um encontro no parque, acaba se vendo no meio de um grande mistério. Talvez a melhor forma de descrever o trabalho de Michelangelo Antonioni seja: a sensação de nada, ou o vazio existencial.

Luchino Visconti
Mais do que um cineasta, Luchino Visconti também foi o precursor do Neorrealismo Italiano, um movimento cinematográfico que teve sua ascensão ainda durante o fascismo, quando Benito Mussolini ditava as cartas na Itália, e que continuou a existir após sua queda e o fim da Segunda Guerra Mundial.
O Neorrealismo Italiano abordava o drama do povo em uma Itália marcada por forte desigualdade social e pouca mobilidade para as classes mais baixas, que se concentravam em bairros pobres nas periferias das grandes cidades, com pouca qualidade de vida e trabalhos mal remunerados.
Obsessão (Ossessione, 1943) é considerado por muitos como o longa que deu início ao movimento. Estrelado por Massimo Girotti, o filme aborda um andarilho que se apaixona por Giovanna (Clara Calamai), cozinheira de uma pensão de beira de estrada e esposa do dono. Eles arquitetam um plano para mata-lo.
O diretor descende de família nobre. Os Visconti chegaram a governar Milão na Idade Média. Abertamente gay, Visconti não escondia sua sexualidade e seus desejos, abertamente expostos em seus filmes. Em Obsessão, ele filma Girotti de forma quase erótica, exaltando seus músculos e o suor do seu corpo, que o faz reluzir.


Vittorio De Sica
Quatro vezes vencedor do Oscar, o prêmio máximo do cinema, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, o trabalho de Sica marcou profundamente o cinema italiano, com um legado que atravessa gerações e que continua influenciando uma série de novos artistas.
Considerado como um dos mestres do Neorrealismo italiano, o trabalho do cineasta reverbera o período de uma Itália pobre e dominada por desigualdade social, como o de Visconti. Estreando como ator em 1932, Vittorio de Sica só foi parar atrás das câmeras em 1939 com seu longa de estreia, Rosas Escarlates.
Um de seus trabalhos mais populares é Ladrões de Bicicleta (1948), uma das expressões máximas do neorrealismo italiano e considerado como um dos grandes símbolos do movimento cinematográfico. O longa se passa numa Roma devastada pela guerra e consagrou o cineasta com o prêmio BAFTA por Melhor Filme.

Dario Argento
Mestre do giallo, Argento se consolidou não apenas como um grande expoente do cinema italiano moderno, mas também como um verdadeiro gênio do terror. Seu trabalho é cultuado mundialmente por sua assertividade e engenhosidade em construir verdadeiros mundos oníricos que são tingidos de vermelho (literalmente).
Um de seus filmes mais conhecidos é Suspiria (1977). Estrelado por Jessica Harper, o longa conta a trama de Suzy Bannion (Harper), uma aspirante a bailarina que acaba de chegar em Berlim após ser aprovada numa renomada e disputada academia de dança. Contudo, a mocinha logo descobre que a escola esconde segredos obscuros e que quem os descobre, pode ser amaldiçoado.
O que chama atenção em Suspiria é o aspecto fantasia do filme. Com cores fortes provindas do technicolor, o longa evoca a uma magia bastante comum nas animações da Disney, como A Bela Adormecida e Alice no País da Maravilhas.

Luca Guadagnino
Apesar de seus trabalhos não serem em italiano, Guadagnino se consolida como um forte expoente do cinema contemporâneo, com filmes que encantam, provocam e intrigam. Com narrativas comumente girando em torno de sexualidade e identidade, o diretor, nascido em Palermo, se destaca por longas envolventes e provocantes.
Um de seus trabalhos mais conhecidos é o filme Me Chame Pelo Seu Nome, de 2017. Estrelado por Timothée Chalamet (Duna) e Armie Hammer (A Rede Social), o longa é baseado no livro de mesmo nome, escrito pelo ítalo-americano André Aciman, e gira ao redor de Elio Perlman (Chalamet), um jovem de 17 anos que acaba por se apaixonar por Oliver (Hammer), pupilo de seu pai, em uma bela história sobre descobrimento.
Além de Me Chame Pelo Seu Nome, outros trabalhos populares do realizador são Até os Ossos (2022), também com Chalamet, Suspiria (2018), remake do filme de Argento e Rivais (2024), filme sobre uma disputa entre amigos, dentro e fora das quadras, e que contou com Zendaya (Homem-Aranha: de Volta Para Casa), no papel principal.

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